Você entrou no ônibus, acomodou toda aquela bagagem, sentou, olhou pra fora acenou com um sorriso amarelo e fechou a cortina. E eu de fora observando todos os movimentos, a facilidade com que acomodou a bagagem sem minha ajuda, o alivio ao sentar-se e a frieza ao simplesmente fechar a cortina. Fiquei em pé a postos, esperando uma fresta na cortina, um olhar e nada. Sem me conformar acompanhei a trajetoria do onibus até onde minhas pernas aguentaram, na esperança de que na primeira parada você retornaria.
Não aconteceu, as pernas cansaram, me perdi na estrada e te perdi de vista. À procura do caminho de volta, tentei recolher pela estrada meus pedaços, mas me dei conta de que nem todos estavam lá.
Catharina Preccaro
2 comentários:
Essa sensação de ficar esperando "abrir a cortina" é tenebrosa.
Whatever. Gostei da sua crônica.
Vc vai falar comigo sobre este texto???
Mamis....
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